28 de jun. de 2012

Fé que inclui. É possível? Onde?


Freud, no capítulo V de O ego e o id, postula que o superego forma-se por duas vertentes: A primeira, mais arcaica, pela identificação com a pessoa que o cuida enquanto bebê, “quando o ego ainda era fraco”.  A segunda, posterior, resulta do sepultamento do Complexo de Édipo, e conduz à internalização da consciência moral e ao reconhecimento da lei. Parece-me que a conversão religiosa, se profundamente vivida, modifica os dois âmbitos do superego, e, por conseguinte, da relação com o outro

Na primeira vertente, converter-se significa experimentar Deus como aquele que cuida, que alimenta de palavras e comida (Bíblia e Santa Ceia) banha (batismo) e tranqüiliza. Deus é percebido como instância materna e paterna, cuidadora e terna.

Pfister escreve numa carta a Freud que neste momento há uma “regressão para aquela fase infantil, na qual a criança ainda não é tratada segundo a medida do bem ou do mal, mas simplesmente é servida com amor e bondade” (...) Há muitos depoimentos de conversões religiosas de criminosos, de infratores, de pessoas desnorteadas que, através da experiência religiosa transformaram profundamente sua vida de ódio e se tornaram amorosos na sua relação consigo e com os outros.

WONDRACEK Karin.  Inclusão Social e Espiritualidade: Uma transformação possível? 2002

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